quarta-feira, 31 de outubro de 2007

terça-feira, 30 de outubro de 2007

mulher à beira de um ataque de nervos

ilustração: Maitena


Hoje dei um piti. Não foi com ninguém, foi comigo! Atravessei a cidade nesse caos de trânsito - por causa do Rebouças fechado, está tudo parado, e a linha vermelha, que eu tinha que passar, parada - para resolver uma burocracia, coisa que não gosto nada, e, quando chego lá, morrendo só de pensar no sofrimento da volta, falta um papel, um mísero papelzinho. Um só e nada mais.


- A senhora vai ter que voltar outro dia com o papel.
- Mas ninguém me avisou nada.
- Ah, sinto muito, não posso fazer nada. Só com esse papel!


Nada feito! Aquele percurso de sufoco e sofrimento em vão! Onde está este maldito papel que ninguém me avisou!? Vou ter que voltar? Neste calor? Neste engarrafamento? Não é possível. E lá fora, de cara para o carro, a fúria veio vindo, o sangue subindo, o coração acelerando. Não, não e não! Eu queria morrer só de pensar no transtorno! ááááááááhhhhhhhhhhhh! E toca a reclamar e xingar e reclamar e xingar e reclamar! Em desabafo com o mundo! Tudo alto!!! Não foi um show porque o lugar é deserto e as pessoas trabalham lá dentro. Aí comecei a falar mais baixo, fui entrando no carro, a poeira baixando, tudo voltando ao normal.
Não sou uma pessoa destemperada. Sou educada e completamente da paz. Acho que chilique não leva a nada e vivo de uma maneira tranqüila. Mas a verdade é que o sangue sobe mesmo! Não se conformar com o que sai errado é lenha na fogueira! Não respeitar o que acontece conosco é arrumar briga com nós mesmos. Não aceitar que não estamos no controle o tempo inteiro pode ser um perigo! As coisas acontecem, pronto. Algumas a gente pode mudar, outras, não. Simples assim. E desafiar o mundo com a nossa ira pode ser um problemão daqueles! Ainda mais se o piti for com alguém. Ainda mais se o piti for com alguém zangado!
Algumas vezes é muito bom desabafar, soltar os bichos, estravazar. Existe uma energia boa que movimenta o mundo que só vem quando sai de uma maneira jogada, atirada no escuro, sem pensar. Depois que a a coisa esfriou, pude perceber o quanto eu já fui chateada para aquele compromisso burocrático. O quanto eu já achava tudo horrível mesmo antes de sair de casa. E mesmo que tudo desse certo, eu ia achar que deu errado! Eu estava predestinada a ter um piti no primeiro sinal de estresse! Inconscientemente, me preparei para um dia ruim, essa é a verdade. E para colaborar, me esqueci de perguntar se precisava de algum papel!!! OK, ninguém também me disse. Mas eu poderia ter perguntado, não?


domingo, 28 de outubro de 2007

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

chove chuva, chove sem parar - parte 2


Hoje fui fazer um teste ortóptico. Assim que vi a médica ela falou " - esse tempo está bom para ficar em casa tomando chocolate quente e... vendo Sessão da Tarde". Me senti dentro de um filme. Eu só podia estar dentro de um roteiro, tudo se encaixando como eu previ. A chuva e a Sessão da Tarde. (De caixa-alta porque as pessoas falam da Sessão da Tarde da Globo!)
E ela ainda falou "- ... quanto tempo a gente não vê uma sessão da tarde." - hum, hum...
A médica é uma graça, adorei ela e vou começar os meus exercícios mês que vem, enquanto isso vou fazendo uns deveres de casa que ela me passou.
Saí de lá a pé, debaixo de chuva, pisando em calçadas cheias de poças nesta cidade totalmente despreparada para o tal tempo feio, pensando em como esse sonho da metade da população está defasado. É do tempo do Onça, quando não havia ainda DVD, TV a cabo, computador, nada! E a tal sessão é dublada e cheia de comerciais da Casa e Vídeo e fica entre o "Vale a pena ver de novo" e "Malhação". Mas, o que importa isso tudo? Nada. Por que só as sensações importam e ao que elas remetem. E as lembranças daquela velha sessão da tarde em dias de chuva fazem as pessoas se sentirem felizes, quentinhas, protegidas. As sensações boas estão preservadas na memória para sempre. A mesma sensação de colo de avó, café com leite quentinho, dormir na casa de amiguinho, beijo de namorado, o cheiro de maresia, comer fruta no pé...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

chove chuva, chove sem parar


Chove. Chove. Chove. Sempre que falo que adoro chuva as pessoas me olham de forma estranha. Às vezes nem falo para não causar constrangimento.
- "Hoje está um dia feio!" É o que a maioria das pessoas diz quando chove, ou quando vai chover, ou quando simplesmente não vai fazer sol. Eu acho dia de chuva lindo. A terra molhada, as plantas felizes, aquela garoa tranqüilizante, a sensação de paz e de descanso. E um cheiro que só a chuva traz. Para mim dia de chuva é de prazer e de reflexão. Quase uma meditação.
É um dia sem cobranças. É o único dia que as pessoas se dão o direito de ficar em casa vendo TV, sem culpa! - "Hoje está bom para ficar em casa vendo Sessão da Tarde!" É a frase clássica dos dias de chuva. Tem sempre alguém dizendo ela a cada esquina. E eu sempre pensando "ah, que bobagem, chuva é para ficar nela, enfiando pé na água mesmo, aproveitar, viver uma cidade de praia de outra maneira." Além de ser gostoso se molhar, dizem que a chuva potencializa e rejuvenesce.
Chove. Chove. Chove. Mas hoje está um dia feio de verdade. Hoje está um caos. A chuva causou e está causando estrago. Tudo parado, ruas alagadas, trânsito infernal, barreira caindo, Rebouças fechado, as pessoas estressadas. A cidade está pior do que já anda. E hoje devo concordar com as pessoas que eu sempre discordo: "Hoje está um dia bom para ficar em casa!"

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

anos 70 - amigos


No fim de semana passado, na casa dos meus pais, em Petrópolis, saindo do banho com os cabelos molhados, abri uma gaveta no meu ex-quarto procurando um pente, quando vi um pacotinho de fotos 3x4. Eram fotos dos meus amigos dos anos 70!!! Esqueci de pente, de cabelo, da hora, tudo, e fiquei ali, vendo foto por foto, amando tudo e todos! Faltam fotos de alguns, alguns tenho contato até hoje, outros nem sei mais o nome, alguns eu queria muito saber notícias, um sei que morreu, mas todos me trazem lembranças maravilhosas de quando éramos amigos, jovens e tínhamos a vida toda pela frente! Naquela época era moda colecionar fotinhos dos amigos e fiquei muito feliz quando encontrei o tal pacotinho.
Tenho encontrado muitos amigos no Orkut. Amigos de várias épocas da minha vida. E, não por acaso, essa semana encontrei alguns da década de 70. É muito bom! Antigamente a única maneira de encontrar um amigo antigo era só na rua e falar "oi, tudo bem?, quanto tempo!, o que tem feito?, tchau e tudo de bom!" Algumas vezes trocávamos telefones. Saíamos andando pela rua felizes. E só! Hoje, com a internet, encontramos sem encontrar e ficamos felizes da mesma maneira, trocando recados, vendo fotos, vendo a carinha todo dia. Não sou nada nostálgica, mas sempre que encontro com algum amigo na internet fico o dia inteiro pensando na pessoa, lembrando das coisas que fizemos juntos. As lembranças vêm aos poucos, como um trailer.
Essas fotos são mais ou menos de 77, época do vestibular. E estávamos com 16, 17 anos. Ter 17 anos faz todo mundo ser igual. Uma turma. Não importa muita coisa. Ter 17 anos já une a galera (ainda mais em lugar pequeno). Não era nada muito definido ainda. Todos lindos, saudáveis, cheios de vida e planos. Hoje, trinta anos depois, todos já temos muita história! (E estamos todos de cabelos brancos!) Anos 70, parece que foi ontem que vivi aquilo tudo e, ao mesmo tempo, parece que foi apenas um filme que eu vi. E amei!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

parabéns, poetinha!




"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo"

Vinicius de Moraes

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

aprendendo com o futebol


Meu Deus, que drible foi aquele de Robinho no 5 x 0 de ontem, Brasil x Equador? É ver, aplaudir, rezar, aprender, agradecer, entender, acreditar. Eu vejo uma jogada daquelas e saio animada para driblar todas as coisas chatas que estão na minha frente, resolver todos os pepinos! Uma jogada e tanto. Um estímulo e tanto. Salve, Robinho!

sábado, 13 de outubro de 2007

moda de rua


Este site mostra a moda de rua de vários países! É divertido e imperdível para quem gosta de moda!

festival das flores


sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Paulo Autran

foto: Flávio Florido

Um virginiano corajoso que se vai.

no stress






Laranjeiras. Feriado. Sol. Praia. 7 horas. Despertador. Não morar perto de praia tem dessas coisas. Tem que acordar cedo se quiser ir à praia por causa de estacionamento. Se chegar às 10, esquece, é melhor nem ir. É carro por todos os lados, fila dupla, estresse, briga. Briga? Nem pensar. Aqui em casa temos um lema: tudo que for lazer é para dar prazer! Não se estressa para relaxar, não é verdade?
Então, com esse espírito de felicidade fomos nós para a praia cedão, o que é uma coisa ótima. Menos gente, solzinho gostoso, vaga! Antes um café da manhã na rua, com toda a calma. A calma que se merece num dia de folga.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

bem

Ontem li um texto, no livro da Joyce Pascowitch, que adorei. "No judaísmo, quando se ajuda alguém, deve se dizer obrigado. Agradecer por ter tido a chance de praticar o bem." Achei incrível. Trocar de lado na hora de ser o que precisa ou o que dá faz toda a diferença. Afinal, o mundo gira e cada hora estamos de um lado. E estar do lado do bem conforta sempre!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

terça-feira, 9 de outubro de 2007

em público


Por falar em Tropa de Elite, na semana passada fui almoçar com algumas amigas e quem estava lá? O ator do momento, Wagner Moura. O lugar era um desses restaurantes que têm buffet na hora do almoço. É um buffet mediterrâneo - uma delícia, aliás - e, para escolher o que vamos comer, temos que ficar para lá e para cá em volta da mesa. E toda hora eu passava por ele. Normal. Normalíssimo, afinal, estamos no Rio de janeiro, Zona Sul, com um ator por metro quadrado.


Quando voltei para a mesa, com meu prato cheio de pizza branca, rúcula e pão de azeitona, comentei com minhas amigas:


- ah, dá a maior vontade de dar os parabéns!


O cara tinha acabado de fazer o assassino da Taís e arrasou, e dar os parabéns seria o natural, mas nunca vou fazer uma coisa dessas, ainda mais atrapalhar um almoço de família! Fora que não sou tiete, muito menos deslumbrada, nem nada parecido. Fiz teatro a metade da minha vida, tenho muitos amigos atores e acho tudo muito natural! Pelo menos em tese, em teoria.


E ficamos na nossa mesa, entre uma garfada e outra, pensando como deveria ser de verdade, o que é certo ou errado, quando encontramos uma pessoa famosa que faz um trabalho que a gente admira. Será que eles gostam de ser abordados? Como funciona isso? Será que ficam tristes porque um monte de gente passa colado sem nem olhar? Será que se divertem com o nosso comportamento tentando disfarçar o que não dá para disfarçar? Como se processa tudo isso neles, porque com a gente é sempre um grande mistério quando alguém que conhecemos (mas não conhecemos e gostamos!) se aproxima!


Uma das amigas lembrou que uma vez encontrou com Milton Nascimento e não sabia o que fazer! É mesmo estranho! Por essas e outras que o Roberto Carlos não vai ao supermercado. Na dúvida, é melhor não arriscar!


Depois lembrei que o cunhado mineiro de uma amiga veio passar uns dias no Rio e fomos, eu, ela e ele, ao Baixo Gávea tomar um chope. De repente, ele começou a ficar nervoso. Muito nervoso. Era a Fernanda Montenegro, andando calmamente, que vinha em sua direção. E ele perguntou se as pessoas não iam fazer nada e a gente falando baixinho, morrendo de vergonha: "olha o mico, pelo amor de Deus!". Fernandona, a deusa de todos, passou, vindo de alguma peça no Shopping da Gávea, e seguindo o seu caminho, sozinha e à noite. Ele achou um absurdo não olhar, que uma mulher maravilhosa com aquela devia ouvir mil elogios, que deviam estender tapete vermelho para ela passar e não todo o mundo fingir que a ignora! Será?


Não dou os meus parabéns na prática, mas, na teoria, gostaria!
- Garçom, a conta, por favor!

domingo, 7 de outubro de 2007

Virgem

foto: Josette Babo


"O trânsito da Lua pelo seu signo pode incentivar o romantismo. Um olhar romântico é bem mais simpático do que um olhar banal, cotidiano, repetitivo. É a nossa má vontade que faz com que vejamos tudo sem graça e sem cor. Seu estado de espírito é que escolhe o mundo que você vive."

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

"ou se corrompe, ou se omite ou vai pra guerra"

foto: Sandra Delgado



Tropa de elite nasceu para a polêmica. Desde as filmagens ele estava em todas as manchetes porque roubaram as armas cenográficas e tal. Depois piratearam o filme e ele foi parar nos camelôs, e como tudo aconteceu ninguém sabe exatamente. No Festival do Rio foi acusado de reacionário. Perdeu a indicação para o Oscar. Polêmicas e mais polêmicas continuam. Se isso tudo vai levar o público ao cinema, diretor e produtores dizem que não sabem. Mas a verdade é que vai. Não me lembro de nenhum outro filme brasileiro tão badalado assim. Só se fala nisso! E se eu fosse o produtor, faria um documentário para a TV paga, contando todas as polêmicas. O que não falta é material!


O filme é bom. Muito bom. O que causa estranhamento é que não estamos acostumados a ver a história contada desse ângulo. Nem estamos acostumados a ver no cinema brasileiro um policial com crise de consciência por ter que fazer o que faz numa guerra urbana tão escancarada como a nossa. "Ou se corrompe, ou se omite ou vai pra guerra", diz o capitão Nascimento, o personagem de Wagner Moura, falando da polícia (também podia ser da política, não?).


O filme tem ritmo, ação, suspense. Edição, roteiro, música, tudo. A direção é otima! As locações, os cenários, cada detalhe está incrível. O elenco nem se fala. E os personagens também são muito bem construídos. Cada tipo! Acho que algumas pessoas vão falar que o diretor bebeu demais na fonte dos filmes americanos, mas se acharem é muito mais pela produção sofisticada do que por qualquer outro motivo.


O Wagner Moura dá um show. Como sempre, aliás. É o ator do momento! Todo o trabalho dele é detalhado. Ele acabou de fazer o maior o sucesso como o Olavo de Paraíso Tropical e o capitão nem lembra em nada o personagem da novela. É incrível! O cara é mesmo brilhante!!! Mas, no caso deste filme, ele não está sozinho, o elenco inteiro dá um show junto com ele!


No fim de tantas polêmicas, Tropa de elite é um ótimo entretenimento! Para ser visto numa sala de cinema bacana, com imagem boa e som bom!!! (E quem sabe o diretor, José Padilha, prepare um extra para o DVD com todas essas histórias de cinema!!!)

solidariedade





Associação Aliança dos Cegos



terça-feira, 2 de outubro de 2007

com-noção

filme: Corra, Lola, corra



Nas férias de verão, a filha de cinco anos de uma amiga vai para o Colorado, volta e no dia seguinte embarca num cruzeiro para Buenos Aires.

- Nossa, que máximo. Ela deve estar animadíssima! - eu disse.
- Na verdade, ela não tem muita noção!!! É a mesma animação de ir para qualquer outro lugar!!! Mas quem sabe o bom da vida seja realmente isto: curtir intensamente tudo o que nos é dado, independente do que for!!! - respondeu a mãe, cheia de noção.


segunda-feira, 1 de outubro de 2007

dia de Santa Teresinha


Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, eu vos agradeço todos os favores, todas as graças com que enriquecestes a alma de vossa serva Teresa do Menino Jesus, durante os 24 anos que passou na terra e pelos méritos de tão querida Santinha, concedei-me a graça que ardentemente vos peço (pedir a graça...), se for conforme a vossa santíssima vontade e para salvação de minha alma. Ajudai minha fé e minha esperança, ó Santa Teresinha, cumprindo mais uma vez vossa promessa de que ninguém vos invocaria em vão, fazendo-me ganhar uma rosa, sinal de que alcançarei a graça pedida.
Santa Teresinha do Menino Jesus, rogai por nós!

Glória ao Pai (24 vezes).

Ave-Maria.

Pai Nosso.