terça-feira, 9 de novembro de 2010

sábado, 6 de novembro de 2010

pé na estrada/ londres

fotos: josette babo


Painel na chegada na estação de trem



"Quem gosta de Nova York gosta de Londres". Sempre ouvi esta frase e como amo Nova York, tinha certeza que iria amar Londres também. "Londres é cinza e só chove" é outra frase muito comum de se ouvir. E mais uma vez, como amo a chuva, tinha certeza que amaria Londres.

Na mala, apesar de ser verão, muitas roupas pretas e uma bota. O ânimo era geral. A primeira vez em uma cidade sempre causa ansiedade e expectativa. Que delícia!

A viagem de trem de Paris foi perfeita e eu não via a hora de chegar em Londres para entrar em um táxi antiguinho e curtir a cidade cinza. Cinza? Um solzão! O maior calor. Todo mundo de roupas coloridas e muitas flores pelo caminho.

De cara uma das coisas que mais me chamaram a atenção foram as flores espalhadas pela cidade. Tudo florido! Jardins, lojas, casas, ruas. Lindo.



London Eye



Seriam quatro dias apenas, e não podíamos perder tempo. Mala no hotel, em Covent Garden, e rumo à rua, com uma passadinha antes na Orange (http://www.orange.co.uk/) para colocar o chip britânico para acessar a internet do Blackberry.





Oxford Street



Fomos de ônibus para o Hyde Park e pelo caminho vimos vários pontos turísticos. A cidade é linda e animada e ainda chegamos a tempo de ver um pôr-de-sol incrível no parque, que estava bem cheio. De lá seguimos pela Oxford Street, que é uma rua de comércio lotada com todo tipo de loja, desde as mais pops como a Primark (http://www.primark.co.uk/ ) e a Top Shop (http://www.topshop.com/)as até as mais sofisticadas. Virando a esquina, na Regent Street, fica a Apple Store (http://www.apple.com/uk/retail/regentstreet/), em um prédio maravilhoso.



Piccadilly Circus



A esta altura já era noite e a cidade fervia. Londres era uma imensa festa ao ar livre. Em todos os lugares grupos de pessoas animadíssimas se divertindo. Cheguei a pensar que podia ser alguma coisa especial acontecendo. Depois soube que é sempre assim. A semana inteira rola esse clima animado pela cidade.



Seguimos a pé pela Regent Street até chegar Piccadilly Circus, sempre parando para fotografar e observar coisas interessantes, que são milhares. Pegamos a Shaftesbury Ave até Chinatown, onde jantamos no restaurante New China, depois de comprar delícias no mercadinho oriental. Pegamos a Charing Cross Road, a Trafalgar Square até chegar ao hotel. Nada como andar a pé para conhecer uma cidade.





Fachada do Jamie's Italian



Por telefone (viva o chip!), logo de manhã, marcamos com a minha queridíssima amiga Denise - que mora em Gloucester, mas estava em Londres para nos ver - um almoço, às 3 da tarde, no restaurante italiano do Jamie Oliver (http://www.jamieoliver.com/italian/ ). Como tínhamos tempo até lá, fomos conhecer a cidade a pé.



Começamos pela beira do Tâmisa, vendo todas as novidades pelo caminho. Parei em uma papelaria muito bacana, a Paperchase (http://www.paperchase.co.uk/), onde comprei muitas coisas para usar no meu trabalho, além de presentes.



O Jamie's Italian de Covent Garden não precisa de reserva (só o de Canary Wharf aceita reserva) e esperamos só um pouco na fila para sentar. O restaurante é descontraído, com decoração rústica e bem agradável. Podemos ver os cozinheiros enquanto fazem as massas, o que dá um ar aconhegante de casa da "mamma". O cardápio é bem atraente e pode-se pedir porção pequena ou grande, o que foi ótimo pois pedimos vários pratos, uma espécie de menu-degustação só nosso. Comemos tanto que provar as sobremesas vai ficar para próxima ida a Londres.



Bruscheta com ricota e tomate




Mais uma vez o dia estava lindo e ensolarado, sem nenhum sinal de chuva, e depois de muito passear pela cidade fomos para a Harrods (http://www.harrods.com/harrodsstore/) de metrô. A loja é muito luxuosa, e cheia de coisas legais para ver. Tem também dois monumentos em homenagem a Princesa Diana e Dodi Al Fayed (filho do dono da Harrods). A parte das comidas, claro, é incrível e lá ficamos um bom tempo. Uma delícia que comprei para trazer foi o doce turco Divan (turkish delight), de rosas e limão. Maravilhoso. Para finalizar, um chá inglês!





Portobello Road



Depois de um café da manhã para lá de gostoso no Le Pain Quotidien (http://www.lepainquotidien.com/ ), no Covent Garden Market, seguimos para a pedida dos sábados em Londres: Portobello Road e Camden Town.



Portobello Road fica em Notting Hill e aos sábados acontece uma feira que ocupa toda a rua com muita variedade de roupas, bijuterias, sapatos, comida e atrações. Vale muito a pena ir, mesmo que a intenção não seja comprar, pois tem muita coisa legal para ver (e comer). Figuras lendárias, como Ron e sua cachorrinha fox Betsy, que são demais.



Ron & Betsy



Muita coisa bacana, diferente e interessante para comprar. E como não poderia deixar de ser, provei o fish & chips. O peixe vem em um papel (diz a lenda que antigamente era servido em jornal, mas os ingleses juram que não) e come-se com a mão. Uma lambuzeira só! O sabor? Sem sabor, pois não tem nenhum tempero. O peixe que eles usam é o bacalhau fresco. Embora bacalhau seja o meu prato preferido, não gosto muito dele fresco. Então, só a fome e a curiosidade me fizeram comer (quase todo!) o peixe e as fritas. E dá-lhe sal para ficar com algum gosto. Mas foi divertido comer com a mão andando pela rua!



Fish & chips



Uma boa dica é em vez de voltar pela Portobello Road é descer pela rua paralela, para ir vendo as casinhas lindas e floridas de Notting Hill, além de vários restaurantes, bares e cafés espalhados pela região.



Próxima parada: Camden Town (http://www.camdentown.co.uk/) Pegamos um ônibus e chegamos ao bairro que estava muito movimentado. Não sei como é nos outros dias da semana, mas no final de semana, bomba. Imagine alguma coisa bem diferente. Imaginou? Tem lá. Moda alternativa, vintage, obras de arte, antiguidades, livros, artesanato, comida, tudo que se possa desejar. Um Mundo Mix imenso em Londres, então vá com tudo porque você não vai se arrepender.





Camden Town



E depois de passar toda a tarde aproveitando Camden Town era a hora de ir conhecer um verdadeiro pub inglês. Eu queria um pub bem pub mesmo e pedi uma sugestão para uma londrina, a nossa amiga (linda!) Nicola, que nos levou ao Waxy O'Connor (http://www.waxyoconnors.co.uk/london/), na área de Leicester Square. Para chegar na nossa mesa foi uma loucura pois nunca mais parávamos de descer, descer e descer, um verdadeiro labirinto. Não queria um pub? Aí está. Animado e divertido.



Waxy O'Connor





Covent Garden Market



Adoro domingo. E domingo em outras cidades, então, amo. Aquele clima das pessoas de folga, com suas famílias, seus namorados, andando sem pressa, passeando, aproveitando a vida. Bom, não? E assim fomos nós, aproveitar a vida também.



Covent Garden Market é um mercado bem legal que fica no bairro de mesmo nome. Tanto o bairro quanto o mercado são ótimos, com lojinhas e restaurantes bacanas. No domingo, no mercado rola uma feira de roupas, artes e artesanato pequena, mas cheia de coisas interessantes a preço bom. Lenços lindos a 5 libras e colares por 10.



Como existe um Pret a Manger (http://www.pret.com/) em cada esquina de Londres, fiquei curiosa para conhecer e lá descobri um doce delicioso, em forma de barra, o Love Bar, feito de abóbora.



Estávamos em Covent Garden, que é bem perto da margem norte do Tâmisa, e como queríamos conhecer a margem sul e ir ao Tate Modern, fomos indo em direção à Millennium Bridge, que é uma ponte bem famosa de pedestres.



Como era o dia de Sky Ride (passeio de bicicleta para todos, de crianças a idosos), por onde passávamos havia grupos de ciclistas. O máximo. Os grupos são imensos e a sensação que dá é que toda Londres está pedalando. E o passeio de bike é todo organizado, com guardas orientando, sinal de trânsito, tudo. Mais civilizado impossível.







Sky Ride



Por conta do Sky Ride, o caminho para ponte foi mais comprido, mas em compensação vimos lugares bacanas que não veríamos no trajeto normal. E isso é muito legal nas viagens. As surpresas. Passamos por bequinhos, igrejas, prédios residenciais. E tudo, tudo sempre cheio de flores. Faço roteiros para as minhas viagens, para ter uma base, mas sempre adoro me surpreender.



O Tâmisa é lindo. O visual que se vê por toda a margem, seja norte ou sul, é de babar. London Eye, Parlamento/Big Ben, as pontes, os prédios, catedral de St Paul, enfim, é mesmo tudo muito bonito.

Da Millennium Brigde já se avista o Tate Modern (
http://www.tate.org.uk/modern/ ) e toda a movimentação em sua volta. Estar ali foi um dos momentos mais incríveis da viagem. Muita gente bacana, muita arte em volta, muita beleza natural, astral total, enfim, tudo de bom.



Antes de entrar no museu, fomos almoçar. Sem nenhuma referência de restaurantes por ali, escolhemos um que parecia interessante, The Real Greek (http://www.therealgreek.com/), de comida grega, que é muito parecida com a comida árabe. Fãs de comida árabe que somos, gostamos. Ficamos na varanda para ver o movimento e uma chuvinha ameaçou cair, mas não caiu. Na verdade, a fama de cidade chuvosa vem da possibilidade de chover a qualquer momento. O tempo vai de sol a chuva rapidamente. Mas não no tempo que estive lá.



The real greek



Além do Tate Modern, naquela mesma margem fica também o Shakespeare Globe (http://www.shakespeares-globe.org/ ), uma réplica do teatro original.



O Tate é bacanérrimo, com uma arquitetura marcante, com obras de Picasso, Miró, Monet, Kandinsky, entre muitos outros, em seu acervo, além de mostras temporárias. Passei a tarde lá. Sem querer sair. A lojinha do museu é cheia de pequenas obras de arte e lembrancinhas descoladas. Programa imperdível.



A vista do Tate Modern para o Tâmisa



A volta para Covent Garden pela margem do Tâmisa é outro programa imperdível. Em vez de pegar a Millennium Bridge de novo, fomos caminhando até a Golden Jubilee Bridge, o que dá
uns 3 quilômetros. Um caminho com pontes, restaurantes, shopping aberto, carroussel, pista de skate, bares, teatro, prédios residenciais, namorados apaixonados, artistas de rua, crianças brincando, enfim, um caminho animado e cheio de pessoas animadas, como a Londres que conheci.



Não usei a minha bota. Usei muito preto porque gosto, mas poderia ter vestido e feito o que quisesse. Desde a minha primeira impressão até a última, o que eu vi é que Londres é uma cidade livre, com pessoas livres. E liberdade é tudo.



Bye bye, London, it has been a pleasure visiting you.