domingo, 9 de dezembro de 2007

na estrada/Nova York


Viajar para Nova York é sempre uma delícia. A primeira vez que fui à cidade parecia que eu havia nascido lá. Tudo parece familiar. Crescemos vendo NY em muitos filmes, reportagens, revistas, tudo. NY está em todos os lugares e por isso dá essa sensação de familiaridade. Ao mesmo tempo, tudo é descoberta. É uma cidade viva, cosmospolita, intensa, animada, agitada, esperta, gostosa, cheia de gente bonita.

Este ano estava frio, bem frio, o que não atrapalhou em nada o nosso passeio num Central Park sempre lindo e cheio de astral, especialmente no outono, com suas árvores amarelas, vermelhas, verdes e suas folhas espalhadas por todo o lado. Dá vontade de ficar ali para sempre! Eu adoro passear. Sair para passear é o meu programa favorito. Seja onde for. Sair andando, curtindo a paisagem, o caminho, fotografando, namorando, descobrindo as coisas. O Bryant Park também estava especialmente inspirador!

E Nova York é perfeita para passear. Andar de ponta a ponta. Sempre escolhíamos um "bairro" e passávamos o dia por lá. E nessas andanças curtimos SoHo, Village, Upper West e East Side, Gramecy, Chelsea, Meatpacking District... Passeios parando para almoçar, um café, um docinho. Adoro comer coisas diferentes e sou a maior aventureira para experimentar lugares e comidas! No Village, num dia que minhas mãos estavam congelando, paramos num lugar chamado Snice, para tomar um chá. O lugar é perto da universidade, vegetariano, descolado. Adorei. Nesse dia tentamos comer um muffin da Bakery Magnolia mas foi impossível. A fila dobrava a esquina e o frio congelava agora não só meus dedinhos mas eu inteira! Neste dia também passamos uma boa parte do dia na Dean e Deluca babando!

No SoHo, uma loja linda me chamou a atenção. Quando fui ver era loja só de roupa para cachorrinho, a Harness Dog. De um lado ficam as araras de "girls" do outro dos "boys". Roupas de couro, fantasia, futebol, festa, realmente impressionante! Se não fosse a mão lúcida de meu marido me impedir, meu cachorro carioquíssimo estaria agora cheio de roupinhas de lã e capas de chuva, pois eu queria trazer TUDO!!!

Também sempre começávamos o dia com um bom café da manhã conhecendo vários cafés e delis. Todos bons! Mas me apaixonei pelo Le pain quotidien! Que escândalo! Muito bom, em tudo! Não tem como comer pouco em NY para uma pessoa como eu que quer provar tudo e mais um pouco! Outra coisa que adorei: a loja só de pipoca, a Garrett, na 5a avenida. A mão gordura pura, mas o espírito de criança, feliz!

Na livraria Barneys e Noble ficamos um dia inteiro. Muito livro bacana. Mas a quantidade de biografias me impressionou. Todo o mundo tem a sua biografia. A livraria é enorme. Quatro andares de felicidade. Os livros de fotografia incríveis! Os presentinhos de papelaria incríveis! Tudo incrível! Essa loja que fomos era a do Upper West Side que está cada vez mais legal. Era véspera de Thanksgiving e estava uma correria para as compras de perus e tortas de abóbora. A Zabar's estava lotada e comprar queijinhos e pastinhas para comer no hotel vai ficar para a próxima! Também vimos a preparação da parada com seus balões gigantes sendo enchidos.

Supermercado sempre faz parte do meu roteiro de viagem! Para conhecer um lugar tem que conhecer a natureza, a cultura, as pessoas e os supermercados!!! E um que me conquistou desta vez foi o natural Westerly. Ah! Eu ficaria lá presa a vida toda! Tudo é orgânico! Todas as coisas são naturais, gostosas e saudáveis! E criativas! Uma maravilha! Mas o campeão que deviam importar para cá é o chip de legumes, Fun-Yums. São legumes desidratados deliciosos em forma de batatinha palito. Tem até quiabo! Uma delícia! Difícil é fazer meu marido acreditar e provar!

Um dia fomos jantar em um restaurante bem familiar, bem pequeno também, desses que as mesas ficam grudadas com o vizinho, o La Bonne Soup. Me senti num filme de Woody Allen. O restaurante tem aquele clima que só os filmes dele têm! Na mesa da esquerda havia um casal, na faixa dos setenta anos, em clima de romance, se conhecendo. Ele contava que era escritor, membro do sindicato dos roteiristas de Nova York, ela contava que havia sido dançarina da Broadway e que agora era coreógrafa. À minha esquerda um casal bem nova-iorquino, coisa rara em NY. A gente até comentou, já que sempre escutávamos muitas e muitas línguas diferentes em todos os lugares, mas, foi só tempo de a nossa sopa chegar e nossos vizinhos de mesa saírem, que um casal de japoneses e outro de poloneses ocuparam os lugares de nossos ex-vizinhos!

Museus, restaurantes, teatros, parques, arquitetura, novidades, história, shows, igrejas, bares, música, exposições, compras, pessoas. Nova York tem alma e é sempre uma experiência incrível. Uma cidade pronta para qualquer um. Qualquer gosto. Qualquer intuito. Qualquer mal. Uma cidade livre, que te faz ser livre. Uma cidade corajosa. Uma cidade cheia de vida.

New York, New York!



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