quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

meu clube

foto: jana magalhães


O No Estaleiro existe porque eu quase morri e isto todo mundo já sabe. E hoje, quase dois anos depois, já dá para tirar muitas coisas boas disso.
É uma experiência barra-pesadíssima, apesar de tudo de revelador que vem junto. Querer viver mais intensamente, relaxar e não querer controlar a vida, não se estressar por qualquer coisa, dar valor ao dia a dia e às coisas simples da vida.
Tem também a reação da família e dos amigos. E isso talvez seja o mais revelador de tudo. É como se pudesse ver o seu próprio enterro. Senti, e sinto até hoje, no olhar de cada um, em cada reação, todo o carinho e amor por mim, o medo de me perder, a tristeza de ter de lidar com a possibilidade da minha morte e o vazio da minha ausência. Tanta coisa acontecendo e se revelando.
Muitas surpresas. Reações diferentes. Perfis opostos. Todos meus amores.


Sabe aquela história de que a gente conhece o verdadeiro amigo nas horas do sufoco? Vamos esquecer isso de uma vez, porque essa minha experiência de sufoco total me mostrou uma coisa muito diferente disso. Tive manifestações maravilhosas de carinho na hora difícil e todas essas pessoas são as mesmas que estão comigo nas horas do sucesso também. Nas horas de comemorações!
"Mas ele esteve comigo na hora que eu mais precisei!" dizem alguns. Mas nas horas da vitória também é preciso dividir! Ou então estar só presente nos momentos de sucesso e nos outros, bye, bye. Bye, bye digo eu!
Por que achar que um amigo precisa da gente na hora que está no hospital e não precisa na hora de brindar a uma nova conquista? Isso para mim não é amigo, é acompanhante.
Ou ao contrário, por que ter sempre tempo de ir às festas e nunca ter tempo para quando a vida complica? Isso não é amigo, é baladeiro.
É tudo a mesma coisa. É o mesmo pacote! Nada dá para separar.
A pessoa que consola é a mesma que elogia, isto é amigo! Não dá para ter uma coisa sem a outra para ser amigo.
Uma amizade precisa de todos os momentos, os de solidariedade e os de incentivo, para se solidificar.
Assim sou eu, assim são os meus amigos.

3 comentários:

Anônimo disse...

E faltou uma frase... Faltou terminar assim: Assim sou eu, assim são os meus amigos. Que são assim por que sou o máximo!!! Uma grande amiga!!!
Você é 10, não 100, ou melhor, 1.000!!!
Uma amiga que inspira amigos!!!
Beijossssssssss

Lila Montezuma disse...

Concordo totalmente, Ana!
Beijões pras duas!

Andrea Freitas disse...

Vc traduziu com total clareza o que sentimos qdo quase temos um encontro com a morte, e com a vida novamente.
Não é o mundo que muda, somos nós.
Emocionante!
Parabéns e obrigada por ser minha amiga.