segunda-feira, 19 de outubro de 2009

aonde a gente vai, papai?


Aonde a gente vai, papai? é um desses livros que eu leio, fico emocionada, arrasada, perguntando porque estou lendo, mas não paro de ler de tão bom.

Jean-Louis Fournier é um premiado escritor francês (humorista e produtor de TV também) que resolveu - depois de muito tempo sem nem tocar no assunto - escrever um livro em homenagem aos seus dois filhos deficientes (um já havia morrido).

A história é triste e ele não poupa adjetivos ruins a ela escrevendo com uma verdade enorme como é difícil ter um filho deficiente e quase insuportável ter dois.

Ele vai fundo, tão fundo quanto uma dor pode ir, quando não aceita, quando se culpa, quando não se conforma, não atura as dificuldades dos filhos, quando se envergonha e acha tudo um tormento. Mas também mostra o quanto ama - e proteje - os seus meninos.

O livro é tocante, às vezes cruel. E muito corajoso. Acho que só um homem que sofreu e viu seus meninos sofrerem tanto é capaz de ter essa coragem de assumir que viver assim não é nada fácil, não é nada bonito.

É um livro que incomoda. O assunto é pesado, mas de leitura fácil. É muito bem escrito. Ele escreve bem demais. Não é à toa que o livro tenha tantos prêmios. Merecido.

4 comentários:

Laura Daniel disse...

Voce gostou mesmo desse livro? Eu achei de um mal gosto tremendo, me doeu o coracao, o que vc viu de bom? Me fale pra eu poder entender...

Dedé disse...

Oi Laura, achei do livro o que eu escrevi: pesado, cruel, mas muito bem escrito e também muito corajoso!
Beijos.

Raquel Archas Marques disse...

Eu quase nâo acreditei quando soube que era uma história real. Mas é muito tocante mesmo!

Dedé disse...

É verdade. É difícil acreditar porque do jeito que ele fala a gente pensa que só um personagem poderia falar! Quem teria coragem de assumir?
Uma barra muito pesada... Mas acho que só quem passou por isso de verdade tem o direito de falar assim, dessa maneira cruel, mais ninguém, né?
Beijos!