tá chegando a hora...

Há anos que não sei o que fazer com o Carnaval. Esse ano fiquei animada para viajar para um lugar fora do Brasil, mas que fosse perto. Achei que Buenos Aires seria a melhor opção, já que gostamos muito de lá. Reservei um bom hotel e já estava sonhando com as empanadas, os alfajores e o dulce de leiche. Mas Marcelo não quis viajar no Carnaval, preferindo ficar no Rio. Depois de milhares de justificativas que realmente me convenceram (coisa difícil, quando estou resolvida), achei que seria uma ótima ideia ficar por aqui uma semana inteirinha fazendo coisas que sempre quero fazer e nunca tenho tempo, nem chance, como ficar lendo revistas a tarde inteira, ou atualizar as minhas fotos no Flickr, ou ver maratonas das minhas séries preferidas, ou ver um filme atrás do outro em DVD, ou testar receitas novas de comidinhas gostosas a dois, navegar na internet sem hora para parar, enfim, essas coisas que são bacanas, mas que demandam um tempo loooongo, e que acabam não rolando.

Só que Carnaval não é simplesmente um feriado. Carnaval é o Carnaval. E ele tem uma personalidade forte e vem com tudo. E onde você vá, está o Carnaval lá, animado, sambando, bebendo, gritando, pulando, fantasiado, suado, alterado. É Carnaval por toda a parte, por todo o canto, por todo canal, por toda a cidade.

De manhã a manchete do jornal é sobre as escolas de samba, na TV é desfile, no restaurante sentamos do lado de clones de Amy Winehouse, Lady Gaga e Michael Jackson, na rua engarrafamento atrás da Banda de Ipanema, na hora de dormir é o grito do folião animado na madrugada!

É Carnaval. E querendo ou não, acabamos envolvidos, fazendo parte dessa grande festa popular mais incrível que pode haver. É tanta beleza, é tanta criatividade, é tanta felicidade que é impossível não se contagiar.

Nada mais democrático que o Carnaval, nada mais animado. E nada mais divertido do que dar de cara, a qualquer hora do dia ou da noite, com bailarinas, homem vestido de mulher, coelhos, perucas coloridas no supermercado, no cinema, na praia.

Carnaval é uma festa que mesmo quando eu não participo, fico triste quando acaba. Deve ser a lembrança dos bailes animadíssimos de Petrópolis que ficávamos pulando até o último minuto da terça-feira, quase de manhãzinha, ouvindo "tá chegando a hora, o dia já vem raiando meu bem, e eu tenho que ir embora..."