
terça-feira, 13 de novembro de 2007
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
antes, durante e depois

O passado é um desses filmes bons antes, durante e depois. Muito tempo depois de tê-lo visto, ainda me pego pensando nele. Ele continua se desenrolando na cabeça como se fosse real, a história de um amigo próximo, algo que realmente aconteceu logo ali, perto de casa. E mesmo antes de estrear existia no ar uma expectativa por causa de Babenco, a co-produção brasileira com a Argentina, o Gael Garcia Bernal, a história de ex-mulher perseguindo o ex-marido. Aquela curiosidade ansiosa e animada. E no meio de tudo isto, o filme. Com sua história triste, sua Buenos Aires sem glamour, seu clima pesado, suas cores escuras, seu envolvimento. Tudo tão perfeito e tão possível. Um belo momento do cinema.
crônica de uma leitora apaixonada

Estou lendo o novo livro de Rubem Fonseca, O romance morreu, bem devagar. Muito devagar para não acabar logo. E do jeito que eu estou lendo não vai acabar nuuuunca! O livro é de crônicas e assim que acabo de ler cada uma, leio de novo. São crônicas publicadas na internet, mas eu não conhecia e estou adorando.
Rubem Fonseca é um gênio da literatura e desde que "descobri" Lúcia McCartney devoro todos os seus livros. E ler as crônicas tem sido uma descoberta maravilhosa do homem por trás do escritor, principalmente vindo um cara tão reservado. Uma crônica inteira sobre pipoca é realmente uma delícia. Dica do escritor: a melhor pipoca da cidade é a do cinema Leblon! Adorei!
A primeira crônica, que pergunta se o romance morreu, faz uma ótima análise sobre literatura, autores, leitores e conta uma história boa: "Recordo Camões. Ele era um arruaceiro e acabou na prisão, ou por suas rixas ou por ter ser envolvido com a infanta dona Maria, irmã de rei João III. Para obter o perdão do rei ele se propôs a servi-lo na Índia, como soldado. Lá ficou por dezesseis anos e, afinal, voltou para Portugal a bordo de um navio, acompanhado de uma jovem indiana que ele amava e a quem dedicou o lindo soneto: "Alma minha gentil, que partiste". O navio naufragou e Camões só pensou, durante o naufrágio, em uma coisa: salvar o manuscristo dos Lusíadas e de seus poemas. Deixou a mulher amada morrer afogada (confesso que especulo) e perdeu todos os seus bens, mas salvou os seus manuscritos. Para quem ler? Estávamos nos século XVI e muito pouca gente em Portugal sabia ler. Mas Camões pensou neste punhado de leitores, era para eles que Camões escrevia, não importava quantos fossem. Os leitores vão acabar? Talvez. Mas os escritores não. A síndrome de Camões vai continuar. O escritor vai resistir."
E viva Rubem Fonseca!
domingo, 11 de novembro de 2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
always dare

Pé de corredor só perde para pés de bailarinos. São todos ferrados e precisam de muitos cuidados! Apesar de eu não estar podendo correr por enquanto, a herança das pistas ainda está nos meus pés e tenho que recorrer aos cuidados de podólogos sempre. E a minha podóloga, além de fazer uma massagem maravilhosa, é falante e cheia de histórias para contar. As histórias dela são sempre positivas e de alto astral e saio de lá relaxada e toda animada!
Mas hoje, entre mil histórias, ela me contou uma que eu achei interessante. A mãe da namorada do filho dela é deficiente visual desde sempre. Criou a menina sozinha pois o pai desapareceu desde que soube da gravidez. Agora, aos 36 anos, ela casou com um homem também cego e eles estão muito felizes, mas estão a fim de ter um bebê e estão fazendo tratamento para engravidar. Achei de uma coragem!!! E adoro histórias de coragem! Mas aposto que para ela esse ato - corajosíssimo - não tem coragem nenhuma. Ela quer e corre atrás, não fica lá sofrendo porque não enxerga. A condição dela é essa e não impede que sonhe alto! É... mas que é ousada, isso ela é!!! E ousadia é uma coisa muito bacana que deveríamos experimentar mais vezes...
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
papo de mulherzinha

ilustração: Ula, a mulher das cavernas, do jogo Cave Days
Outro dia, uma amiga, linda, estava reclamando, pelo e-mail de grupo que temos - eu e outras sete amigas - que estava muito relaxada. Que não fazia a unha das mãos e dos pés havia dois meses, não pintava cabelo, depilação, botox, essas coisas de mulher. Falta de tempo, saco, grana, vaidade, temos muitos motivos para adiar essas chatices que são essas coisas que complicam a nossa vida e estragam o nosso humor. É muito chaaaato esse "ritual de beleza". Só que não é de beleza exatamente. Uma coisa é fazer tudo isso para ficar "bonita". Outra coisa é para ficar "normal". E só uma mulher pode entender a diferença entre essas duas coisas.
Em algum programa, não sei se era Os Normais, a personagem da Fernanda Torres fica numa ilha deserta, algo como o náufrago de Tom Hanks - que só fica magro (ótimo para TODAS as mulheres!), bronzeado (ótimo para ALGUMAS mulheres) e barbado (péssimo para TODAS as mulheres). Agora ela, na mesma situação, só que mulher, vai se tornando a mulher das cavernas!!! O cabelo, que era lindo e liso, vai ficando juba de leão, as sobrancelhas fechando, os pêlos da perna, aff, socorro! E o bigode? Ah, não! Era muito engraçado, na TV, mas um desepero na vida real! Imagina um cabelo lindo, bem cortado, bem cuidado, bem pintado, sem ver salão há seis meses? O cabelo natural vem crescendo arrepiado, com seu tom natural diferente do que aparece, cheio de cabelos brancos no meio, fazendo aquela faixa medonha, o inferno na terra para qualquer mulher!
Conheço poucas mulheres que amam salão. A maioria vai por obrigação. São tantas coisas para fazer o tempo todo que não há quem tenha prazer em retocar as luzes, a escova progressiva, a depilação do buço. E TEM que fazer ou a mulher das cavernas VAI aparecer, mais cedo ou mais tarde! O melhor mesmo é estar com tudo em dia, não esperar chegar ao limite, mas dependendo dos compromissos ou da preguiça a gente vai empurrando e acaba marcando tudo de uma vez. Sai do salão feliz, querendo sair para jantar, dançar, namorar! Ah, ainda tem isso, se passar demais do prazo de validade, não pode encontrar com ninguém, principalmente alguém que não vê há muito tempo, ex-namorado, inimigos, nada disso. Amigo e amiga pode, marido também, porque eles sabem que debaixo daquela aparência estranha existe uma alma boa!
Minha esperança era o dia que eu iria deixar a cabeça bem branquinha e ser uma daquelas mulheres chiquérrimas com seus cabelos grisalhos e seus oclinhos de vista cansada, lendo livros de filosofia na língua original, mas descobri que cabelo branco dá um trabalho danado, que cuidar é um tormento e dependendo do corante do shampoo o cabelo pode ficar laranja, roxo, rosa...
Enfim, será assim para sempre, não há saída para sermos apenas normais, e quanto mais o tempo passa, mais a tecnologia avança e a nossa idade também, teremos que ter uma reserva especial de ânimo e de poupança para passarmos horas e horas de nossas vidas nos salões sentindo dor e lendo a Caras!
domingo, 4 de novembro de 2007
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