segunda-feira, 7 de julho de 2008

as mulheres da minha vida

Nos anos 70 eu queria ser a Rita Lee. Eu era completamente apaixonada pela música, pelo visual, pela atitude. Quando a gente está começando a vida, o importante é ser igual e achar a sua turma. E só por ter franja também, eu me achava a própria. Tinha todos os discos. Dos Mutantes aos discos solo. Build Up era o máximo! Rita Lee era modelo naquela época e arrasava. Eu amava Atrás do porto tem uma cidade e Fruto Proibido. Ovelha negra era minha música, apesar de não ter nada a ver comigo(!!!), e Menino bonito era o fundo musical para pensar no namorado adolescente mesmo que ele não fosse bonito. Comprava todas as revistas, sabia tudo da sua vida, decorava todas as letras e cantava com microfone imaginário!

Nos anos 80, me apaixonei pelo trabalho de Laurie Anderson quando fui a um espetáculo da Denise Stoklos. Aquela música era tudo e eu me perguntava como havia vivido sem aquele som incrível. A música de Laurie Anderson era diferente de tudo que se ouvia até então e me pegou de jeito. Eu não era mais adolescente e a relação já era outra. Nada de querer ser o mito, mas aproveitá-lo ao máximo. E assim foi. A música de Laurie Anderson estava em tudo que eu fazia. Não havia discos no Brasil e tinha que mandar vir de fora. Eu tinha um amigo que gravava tudo para mim em fita cassete e eu ouvia no carro, em casa, de noite e de dia. Nessa época eu estudava teatro e sempre dava um jeito de colocar uma musiquinha em quase todos os meus trabalhos. Até hoje quando ouço Superman me arrepio.

Nos anos 90 foi a vez de ficar apaixonada por Björk. Um dia, vendo O Profissional, de Luc Besson, ouço uma música maravilhosa. A melhor de todas as músicas que eu havia ouvido na vida. Era uma cena do filme, quase um clipe, onde a música tocava quase inteira. Esperei os créditos e anotei aquele nome estranho: Björk. E fui atrás. E cada música que eu ouvia mais me apaixonava por aquele som estranho e bom demais. Os CDs também não eram achados facilmente, mas, como nada é empecilho para uma mulher apaixonada, eu tinha - e tenho -todos. Muitas coisas incríveis da minha vida foram vividas ao som de Björk. Algumas tristes até, mas todas intensas. Venus is a boy era o nome da música do filme. A melhor música de todas as músicas.

Nos anos 2000, em tempos de baixar músicas pela internet e ver vídeos no You Tube, fui arrebatada por uma maluca inglesa que se droga como ninguém, se mata como ninguém e canta como ninguém. A descoberta desta vez foi juntando as partes. Um dia ouvindo pedaços de uma música bacana aqui, depois vendo uma garota com visual interessante ali, depois ouvindo pedaços de uma voz poderosa mais adiante e pronto, estava montada a minha nova paixão: Amy Winehouse. Não há um dia que eu não queira ouvir suas músicas. Amy Winehouse é única e seu som é incrível! Os tempos são outros e já podemos encontrar os CDs com mais facilidade. Agora é presente e só saberei mais tarde o quanto de importância sua música terá em minha vida, mas uma coisa é certa: minha vida musical está muito feliz e animada neste momento.


fotos: reprodução

6 comentários:

Anônimo disse...

Todas meio doidas...

A condição é necessária ou mera coincidência?

De qualquer forma, parabéns a elas.

Dedé disse...

Mas, na verdade, quem não é um pouco doido?!?!?!

Lis disse...

Tb sou arrebatada por completo por Amy Winehouse!

Dedé disse...

Maravilhosa!!! ;o)

Anônimo disse...

Se eu for olhar para trás eu vejo quantas mulheres admirei, quantas eu quis ser – sendo que a maioria eu nem chego perto, mas mesmo assim me identifico e quantas serviram de exemplo/referência para fazer (ou não fazer) alguma coisa. O que importa é que são mulheres que admiramos e que são bacanérrimas ou talentosas ou únicas ou especiais ou... o que mais tocar de alguma maneira a nossa alma... que bom!!!

Dedé disse...

O dia esperado, mas não desejado, chegou. E Amy morreu como viveu.
Amy era incrível como cantora, compositora, letrista. Coisa rara.
Hoje estou triste!