sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
benjamin button
Fui ver O curioso caso de Benjamim Button e só lembrava de uma frase de Victor Hugo que eu adorava quando era adolescente. Não lembro da frase de jeito nenhum. Já procurei a frase no Google e nada. Não lembro da frase, mas lembro do conceito: que deveríamos nascer velhos, pois quando estamos com a cabeça boa, o corpo não acompanha. Não sei porque gostava tanto daquela frase. Talvez porque eu fosse jovem e não sabia de nada mesmo. Não que eu saiba muito agora, mas pelo menos sei que essa não é uma boa teoria.
O filme (do livro de F. Scott Fitzgerald) realiza essa ideia de uma forma tão profunda, tão emocionante, e não há a menor possibilidade de achar que Victor Hugo estivesse certo.
O filme é lindo, tocante, profundo. Benjamim nasce velho e vai remoçando. E quanto mais ele rejuvenescia, mas eu entendia a perfeição da natureza, o quanto precisamos, no início da vida, dessa juventude inconsequente, com 0% de sabedoria.
É preciso um corpo enérgico para correr atrás da bola, atrás do amiguinho e para todas aquelas brincadeiras que as crianças se divertem sem parar. É preciso muito fôlego para descobrir todas as primeiras emoções da vida, os porres, as besteiras. Para se ter as primeiras sensações do amor, do sexo, do prazer. Não é à toa que a juventude tem tanta beleza.
Não podia ser diferente. Está tudo certo. E quando vamos aperfeiçoando as nossas habilidades, nossos talentos, nosso temperamento, nossos valores, nosso caráter, o corpo vai amadurecendo junto, se acalmando, e isso é muito bom e torna a vida possível. E a morte aceitável.
Que venham a experiência, a maturidade e a sabedoria acompanhadas de algumas rugas e alguns cabelos brancos. Não se pode fazer as mesmas coisas de antes? Ainda bem! Quem quer ficar fazendo só as mesmas coisas a vida toda? Toda idade tem a sua emoção e a sua beleza.
E que venham as mudanças do tempo. No tempo certo, com a vitalidade certa, na hora certa...
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
lili & me

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
as meninas superpoderosas




terça-feira, 20 de janeiro de 2009
domingo, 18 de janeiro de 2009
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
happy new year!
Às 10 da manhã, passamos na recepção para avisar que a nossa conexão estava muito lenta e a moça falou:
- Estão levando a pulseira de identificação?
- Vou colocar mais tarde, quando voltar do jantar de ano novo - disse eu.
- É melhor colocar agora - disse uma recepcionista apreensiva.
- Mas não combina com o vestido - disse eu vaidosa.
- A pulseira não é para entrar no hotel não, é para passar pelo quarteirão...
Não era possível, penso eu. Será que era mesmo possível? É melhor não arriscar: coloquei a pulseira verde limão no braço esquerdo e lá fomos nós para a Century 21.

Eu queria um casacão bem quente para vestir em cima do meu vestido do jantar, que levei daqui, pois não queria ir para um restaurante bacana vestida em camadas, como uma cebola. Queria colocar o vestido e um casacão por cima e só, mas ficar protegida do frio, que era muito. Achei o casaco depois de experimentar muitos - e outras coisas mais, entre alguns presentes também. As compras do Marcelo foram rápidas. Como homem consegue?

Quando saímos da loja estava nevando, lindo. A fome era enorme, mas não podíamos comer muito, pois o jantar era às 6. Cedo demais. Mas era isso ou passar a meia-noite lá e queríamos fazer um programa de nova-iorquino e um programa de turista, tudo ao mesmo tempo agora para aproveitar bem o réveillon.
Na volta para o hotel nenhum movimento suspeito de multidão fechando o quarteirão, mas a pulserinha vip foi necessária para entrar no hotel. Esse hotel - foi o único que conseguimos - fica na 8a Avenida, em Times Square, bem perto da muvuca, mas acabamos achando bom para ver o movimento. Se eu ficasse nos lugares que gosto, que são Central Park West ou Soho, talvez nem chegasse perto de bola alguma!
Prontos e arrumados, Marcelo de gravata e tudo, e animadíssimos, descemos para pegar um táxi. Táxi? No taxi! Nenhum táxi. Marcelo deu a ideia de andarmos até a 9a e lá fomos nós. O meu figurino era perfeito para descer do elevador, entrar no táxi, entrar no restaurante, sair do restaurante, entrar no táxi, subir o elevador e só, mas lá estava eu andando com aquela bota alta, de salto agulha e bico fino, pelas avenidas de Nova York a procura de um táxi. No meio de um trânsito assustador, apareceu o nosso salvador. Nem acreditei. Estamos na 44 com 9a. O restaurante fica na 54 entre 6a e 7a.
Um bom tempo depois, chegamos na 54. Fechada para carro. Saltamos do táxi. Lá ia eu mais uma vez com a minha botinha básica! E qual foi a nossa nova surpresa? A rua estava fechada para pedestres também. E nós e mais uma turma de gente ouvimos as instruções do guarda:
- Vocês vão por aqui, dão a volta na 57, andam até a 6a, descem até a 54 para poderem entrar - disse um policial todo encasacado.

Marcelo ficou preocupadíssimo e eu, arrasada. Não podia acreditar que havia torcido o pé. Além da fome, a preocupação, o frio e agora um pé torcido. E ainda faltavam duas avenidas e quatro ruas. Mas o pior ainda estava por vir.
Quando chegamos na 54, vários policiais fechavam a mesma rua vazia. Só que agora era sério demais, pois tínhamos uma reserva feita havia 2 meses e precisávamos passar de qualquer jeito. Se o outro lado estava fechado e esse também, como iríamos jantar? Isso não podia estar acontecendo. Era um pesadelo no meio do frio.
Com o meu superinglês o policial fazia cara de bobo pois não entendia nada que eu falava, ainda mais nervosa. Marcelo, aí sim com inglês bacana, tentou explicar, mas o sr. guarda disse que só se alguém do restaurante fosse até lá liberar a nossa passagem.
- Precisamos ligar. Você tem uma moeda? - disse um Marcelo desesperado.
- Não! - disse eu, apavorada.
Tive a ideia de trocar umas notas por moedas com algumas pessoas, não muitas, pois ali não era passagem para nada. Só dava ocupado, ocupado. Marcelo chegou a pensar em desistir de jantar no Maze, mas eu estava irredutível. E voltei a tentar. Agora era uma policial e ela iria entender. E entendeu. E passei. Marcelo ficou lá atrás e eu falava:
- Wait, please! My husband, my husband - enquanto ela falava para eu não ficar ali na passagem.
Imagina jantar sozinha na noite de ano novo, depois de passar por todo esse perrengue? Nunca! Marcelo passou. E saímos correndo, correndo. Pé torcido? Que pé torcido? O negócio era não perder a tão sonhada reserva!
Chegamos finalmente. O Maze fica dentro do Hotel London, logo na entrada. Um restaurante lindo, com um astral maravilhoso. Demorei um tempinho para relaxar e aproveitar o jantar, que estava lindo e delicioso, com um serviço incrível. Tudo flui e é envolvente. As pessoas, lindas, estavam animadas e prontas para brindar 2009. Aos poucos fui me aquecendo, me alimentando, curtindo demais o lugar e a atmosfera. E ficamos ali falando da vida, aproveitando, comentando a dificuldade de chegar até aquele instante tão prazeroso e quanto vale a pena não desistir e enfrentar. Rimos, nos divertimos, nos deliciamos. Teria sido bem melhor ter entrado no taxi, chegado no restaurante e só. Mas se não foi, a dificuldade, o estresse e a tensão não estragaram a nossa noite, não mesmo. Complicaram um pouco, é verdade. Bastante, para ser sincera. Mas só até a chegada. Depois foi só felicidade.











Em alguns momentos, longe do hotel, tentei usar minha pulseirinha vip. Algumas vezes até funcionou! O caminho de volta para o hotel foi tranquilo e fomos olhando as pessoas animadas, alegres, curtindo demais todo aquele movimento alucinante, cheio de energia.