sábado, 22 de setembro de 2007

festival de cinema


A minha primeira grande experiência com cinema foi vendo Gritos e sussurros, de Bergman, no Cinema Casablanca, em Petrópolis, que não existe mais há muito tempo. O cinema era num hotel e eu adorava os filmes que passavam lá. Saí do filme sem entender muita coisa, mas aquilo me tocou de um jeito que nunca mais fui uma simples espectadora. Eu passei a fazer parte dos filmes desde aquele momento.


Era a década de setenta, eu era menina e amava filmes. Havia dois cinemas em Petrópolis e eu e minhas amigas víamos o mesmo filme mil vezes. O destino do Poseidon eu vi sete vezes. O programa era ir ao cinema e depois lanchar no Tony's, uma lanchonete igual aos diners americanos. E eu adorava comentar filmes, falar sobre os atores, direção, figurinos. Na TV, na Sessão Coruja, nas madrugadas, eu gostava de filmes de terror. Era o máximo ver aqueles filmes em preto e branco com as luzes apagadas debaixo das cobertas. Os meus preferidos eram A mosca da cabeça brança e O monstro da lagoa negra. Pura diversão, mesmo tendo que acordar às 6 da manhã para ir ao colégio.

Mudei para o Rio e foi o paraíso. Tantos cinemas, tantos festivais. O Festival Hitchcock no Veneza durou setes dias. Fui todos os dias. Aí a esticada já era Baixo Gávea, mas o papo era o mesmo. Eu fazia teatro e eu e meus amigos virávamos a noite bebendo chope e falando de atores, direção, roteiros.


Fui ao Festival de Cinema do Rio, em 1987, no Ricamar, em Copacabana, com meu namorado na época, Pedro. Lembro que saí do cinema chocada de tão maravilhada que eu estava. Fomos ver A lei do desejo, de um diretor espanhol desconhecido, Pedro Almodóvar. O filme era incrível, moderno, colorido, profundo, divertido, tocante, impressionante. O filme era o máximo. O que era aquilo? Aquilo era genial. Diferente de tudo que se tinha visto até então. Cheio de detalhes enchendo a tela. E com um Antonio Banderas jovem, cheio de frescor, talentoso, lindo! Virei fã de Almodóvar na hora.


A gente vai ao cinema e de repente dá de cara um diretor incrível que revoluciona tudo. Aconteceu mais algumas vezes com Tarantino, Jean-Jacques Beineix, Jorge Furtado e alguns outros. E sempre se surpreendendo com os bons de sempre.


Agora vou ler o encarte do Festival do Rio e escolher alguns filmes para tentar ver. Isto é se eu der sorte de ter ingressos para vender na bilheteria.

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