quinta-feira, 9 de abril de 2009

quem vigia os vigilantes?

foto: reprodução



Watchmen não seria um filme que eu escolheria para ver, mas como o Marcelo, louco por HQs, vê vários filmes comigo que também jamais escolheria, eu fui animada.

No caminho, sem saber nada sobre o filme, pergunto:

- Do que se trata? - curiosa.
- Não sei porque saber do filme antes de ver!

Marcelo não gosta de saber do que se trata, quando não conhece a história, mas eu gosto e como ele leu todos as revistas de Watchmen...

- Por favor, só uma diquinha... - insisto.
- São super-heróis que foram obrigados a se aposentar nos anos 80.
- Algum que eu conheça? - já pensando que seria uma reunião no INSS de Batman, Homem-Aranha, Super-Homem.
- Nenhum!

O filme só estava passando no UCI, no New York City Center, e, como tínhamos compromisso na Barra, chegamos quase na hora da sessão, que era 1 hora. A ideia era fazer um lanchinho para não morrer de fome até a hora do almoço. Como o "sistema estava fora do ar", não deu tempo. Só deu tempo de comprar pipoca, coca zero e uns nachos com queijo, surpreendemente gostosos (ou foi a fome negra que me fez adorá-los?)

Cheio de coisas nas mãos, fomos para a sala 16. Com 15 minutos de luz acesa e 15 de comerciais de refrigerantes variados e muitos trailers, com todas as comidas e bebidas já no fim, aparece uma mocinha do meu lado, abaixada, sussurrando:

- Que filme a senhora vai ver?
- Hã?

Difícil acreditar naquela pergunta, meia hora depois da sessão começada.

- Watchmen.
- Senhora, houve um problema de computador e o filme está passando na sala 11.
- Já começou?
- Sim - foi a resposta que eu não queria ouvir!

Corre-corre geral na sala escura. O cinema não estava cheio, mas os que estavam sairam enlouquecidos por aquele corredor imenso. Quando chegamos na sala 11, lá estava ele, o filme começado. Ninguém aceitou, claro. Chama gerente (que não havia), mocinha (desesperada), rapaz (não havia também). Até resolver. É impressionante como o aperto une as pessoas e em minutos estávamos todos amigos lutando por nossos direitos cinematográficos. A decisão tomada foi: Não queremos convite para outro dia, nem queremos o dinheiro de volta (como a mocinha queria), queremos ver o filme, do ínicio, sem trailers e comerciais. E assim foi. Depois de algum tempinho...

Uma hora depois da que seria a marcada, o filme, finalmente, começou. O filme tem quase 3 horas, e eu adorei cada segundo. A abertura é de arrasar, com várias referências dos anos 80. A atmosfera é envolvente. Uma Nova York, sempre ela, agradavelmente soturna. A história instigante. Quadrinhos para adultos. Os super-heróis, fora o dr. Manhattan, são tão super-homens como nós, supermortais.

Saio do cinema direto para a Fnac, louca para ver o livro, com a história de Alan Moore e Dave Gibbons. Quero saber tudo e conhecer os personagens em desenho. No filme, de Zack Snyder, tudo igual, quadro a quadro. Pelo menos tudo que tem no filme, pois o livro tem mais histórias. Originalmente, foram algumas revistas, juntas agora em um único livro. Além deste, há um livro sobre o projeto da HQ. Interessantíssimo. E descubro que Watchmen é considerada a obra-prima dos quadrinhos e que tentam fazer o filme há 20 anos. Mas acho que valeu esperar. Quem sou eu para opinar? Apenas a mais nova fã de Watchmen desde criancinha!


Um comentário:

Lila Montezuma disse...

Agora estou doida pra ver!!