quinta-feira, 25 de outubro de 2007

chove chuva, chove sem parar - parte 2


Hoje fui fazer um teste ortóptico. Assim que vi a médica ela falou " - esse tempo está bom para ficar em casa tomando chocolate quente e... vendo Sessão da Tarde". Me senti dentro de um filme. Eu só podia estar dentro de um roteiro, tudo se encaixando como eu previ. A chuva e a Sessão da Tarde. (De caixa-alta porque as pessoas falam da Sessão da Tarde da Globo!)
E ela ainda falou "- ... quanto tempo a gente não vê uma sessão da tarde." - hum, hum...
A médica é uma graça, adorei ela e vou começar os meus exercícios mês que vem, enquanto isso vou fazendo uns deveres de casa que ela me passou.
Saí de lá a pé, debaixo de chuva, pisando em calçadas cheias de poças nesta cidade totalmente despreparada para o tal tempo feio, pensando em como esse sonho da metade da população está defasado. É do tempo do Onça, quando não havia ainda DVD, TV a cabo, computador, nada! E a tal sessão é dublada e cheia de comerciais da Casa e Vídeo e fica entre o "Vale a pena ver de novo" e "Malhação". Mas, o que importa isso tudo? Nada. Por que só as sensações importam e ao que elas remetem. E as lembranças daquela velha sessão da tarde em dias de chuva fazem as pessoas se sentirem felizes, quentinhas, protegidas. As sensações boas estão preservadas na memória para sempre. A mesma sensação de colo de avó, café com leite quentinho, dormir na casa de amiguinho, beijo de namorado, o cheiro de maresia, comer fruta no pé...

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