terça-feira, 9 de outubro de 2007

em público


Por falar em Tropa de Elite, na semana passada fui almoçar com algumas amigas e quem estava lá? O ator do momento, Wagner Moura. O lugar era um desses restaurantes que têm buffet na hora do almoço. É um buffet mediterrâneo - uma delícia, aliás - e, para escolher o que vamos comer, temos que ficar para lá e para cá em volta da mesa. E toda hora eu passava por ele. Normal. Normalíssimo, afinal, estamos no Rio de janeiro, Zona Sul, com um ator por metro quadrado.


Quando voltei para a mesa, com meu prato cheio de pizza branca, rúcula e pão de azeitona, comentei com minhas amigas:


- ah, dá a maior vontade de dar os parabéns!


O cara tinha acabado de fazer o assassino da Taís e arrasou, e dar os parabéns seria o natural, mas nunca vou fazer uma coisa dessas, ainda mais atrapalhar um almoço de família! Fora que não sou tiete, muito menos deslumbrada, nem nada parecido. Fiz teatro a metade da minha vida, tenho muitos amigos atores e acho tudo muito natural! Pelo menos em tese, em teoria.


E ficamos na nossa mesa, entre uma garfada e outra, pensando como deveria ser de verdade, o que é certo ou errado, quando encontramos uma pessoa famosa que faz um trabalho que a gente admira. Será que eles gostam de ser abordados? Como funciona isso? Será que ficam tristes porque um monte de gente passa colado sem nem olhar? Será que se divertem com o nosso comportamento tentando disfarçar o que não dá para disfarçar? Como se processa tudo isso neles, porque com a gente é sempre um grande mistério quando alguém que conhecemos (mas não conhecemos e gostamos!) se aproxima!


Uma das amigas lembrou que uma vez encontrou com Milton Nascimento e não sabia o que fazer! É mesmo estranho! Por essas e outras que o Roberto Carlos não vai ao supermercado. Na dúvida, é melhor não arriscar!


Depois lembrei que o cunhado mineiro de uma amiga veio passar uns dias no Rio e fomos, eu, ela e ele, ao Baixo Gávea tomar um chope. De repente, ele começou a ficar nervoso. Muito nervoso. Era a Fernanda Montenegro, andando calmamente, que vinha em sua direção. E ele perguntou se as pessoas não iam fazer nada e a gente falando baixinho, morrendo de vergonha: "olha o mico, pelo amor de Deus!". Fernandona, a deusa de todos, passou, vindo de alguma peça no Shopping da Gávea, e seguindo o seu caminho, sozinha e à noite. Ele achou um absurdo não olhar, que uma mulher maravilhosa com aquela devia ouvir mil elogios, que deviam estender tapete vermelho para ela passar e não todo o mundo fingir que a ignora! Será?


Não dou os meus parabéns na prática, mas, na teoria, gostaria!
- Garçom, a conta, por favor!

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