terça-feira, 28 de outubro de 2008

chama o síndico

Quando eu era garota, fiquei um dia sem lavar a mão depois de cumprimentar o Brizola num comício, mais tarde, guardei a caneta (sim, caneta!) que votei no Roberto Freyre, em uma caixinha toda especial, bem depois, já bem adulta, chorei como uma criancinha na posse do Lula.
Algumas e grandes decepções depois, achei que nunca mais a política me interessaria, nem que algum candidato me emocionaria, até que Gabeira – em quem sempre votei – se candidatasse a prefeito do Rio.
Nasci no Rio, fui criada em Petrópolis e aqui estou de volta há anos, vivendo esse dia-a-dia conflituoso dessa cidade maravilhosa e perdida, e ter Gabeira no páreo era uma ótima notícia, que podia trazer muita mudança, energia boa e esperança para um Rio maltratado, sofrido e de baixo astral.
Gabeira fez uma campanha incrível (como era de se esperar), que vai ficar na história, mostrou que um político pode ter educação e caráter, boas idéias, inovar, se aliar sem se corromper e me fez sentir a emoção de ser uma cidadã outra vez.
Recebeu chumbo grosso como o lorde que é, sem nunca perder a classe e a calma, mostrando que era capaz de enfrentar o que viesse pela frente nos próximos quatro anos de prefeitura.
Mas não deu. Infelizmente. Por muito pouco. 50 mil. Alguns acham que isso é bom para o futuro. Mas eu acho que o Rio precisa de uma atuação de emergência e não há tempo para esperar.
Gabeira continuará sendo o político honesto de sempre, como deputado, senador, o que quiser, mas um pouco mais longe do carioca.
Prefeito é o cargo mais próximo da realidade de uma cidade e de suas necessidades maiores. É o síndico, é o faz-tudo, pau para toda obra. E isso a gente já perdeu.
Perder um cara desse, ali, tão pertinho, é uma pena.
Agora é torcer e desejar boa sorte para o prefeito, mais um como todos os outros, para socorrer o Rio e fazê-lo ficar melhor rápido.
Muito melhor e bem rápido. Boa sorte para ele. Boa sorte para o Gabeira.
Boa sorte para todos nós.



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