reproduçãoMiguel Falabella é o nosso Pedro Almodóvar. Não é para qualquer um misturar drama e comédia tão intensamente como eles.
Em Polaróides urbanas, Falabella dá um show. O filme é muito bacana. Chorei, ri, me diverti, aplaudi. Mas parece que não fez muito sucesso.
Agora em Negócio da China acontece a mesma coisa. Tem de tudo - drama, comédia, ação, aventura - mas sem ficar uma novela perdida, muito pelo contrário, é um trabalho sofisticado, diferente, inovador, e ainda por cima é uma delícia de se ver.
E o elenco, tal e qual Almodóvar, é só surpresa e não tem nada a ver com os elencos de outras novelas. E arrasa. Atores desconhecidos na TV, que são sucesso no teatro, ou atores conhecidos, mas que estavam sumidos há décadas, estão lá. Todos dando um show. Olhos de Falabella!
Alguns atores novos, novas apostas, novos riscos. Goste ou não, Grazi Massafera é a própria Lívia. E quaisquer insegurança ou timidez da atriz foram transformadas em características da personagem. A Grazi não sabe fazer ou a Lívia que é assim? Se essa pergunta existiu no primeiro capítulo, no segundo já foi respondida e Lívia seguiu em frente. Linda!
O ator chinês Jui Huang, que num primeiro momento causou algum estranhamento, se tornou sedutor, cresce na tela de tal maneira e faz suas cenas de ação com precisão e carisma.
Eliana Rocha, que faz a Luli Maria, mãe de Fábio Assunção, é Almodóvar total e com sua paixão explícíta por Zé Boneco é diversão pura.
O elenco inteiro, sejam os novos, os de teatro, está coeso e entrosado. As cenas do bar são hilárias e agora com o Ney Latorraca então...
Mas já li que a audência não está nada boa e muitas coisas vão ter que mudar para agradar ao público e fazer o ibope subir.
Será que estaremos condenados à prisão perpétua a um estilo de novelinha básica?
Ou será que a pessoas, um dia, vão abrir suas cabeças para o novo chegar trazendo novidades tão boas e ousadas quanto Polaróides urbanas e Negócio da China?
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