quarta-feira, 14 de maio de 2008

bons tempos





Na época da minha faculdade de jornalismo, os textos de Artur da Távola faziam muito sucesso. Ele tinha uma coluna n'O Globo e sempre que a coluna saía, todo mundo comentava. Os que não gostavam e os que adoravam. As mulheres amavam. Suas crônicas falavam muito de amor e entendiam o universo feminino como ninguém. Não havia uma garota que não tivesse um livro de Artur da Távola na cabeceira! Bons tempos!






" (...) Que desta aproveitemos apenas a forma direta e lúcida pela qual as verdades se nos revelam por seu intermédio; mas para dizê-las depois.
Que a vida ensine que tão ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la.
Que aquele garoto que não come, coma.
Que aquele que mata, não mate.
Que aquela timidez do pobre passe.
Que a moça esforçada se forme.
Que o jovem jovie.
Que o velho velhe.
Que a moça moce.
Que a luz luza.
Que a paz paze.
Que o som soe.
Que a mãe manhe.
Que o pai paie.
Que o sol sole.
Que o filho filhe.
Que a árvore arvore.
Que o ninho aninhe.
Que o mar mare.
Que a cor core.
Que o abraço abrace.
Que o perdão perdoe.
Que tudo vire verbo e verbe.
Verde.
Como a esperança.
Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo.
A vida é substantiva, nós é que somos adjetivos. "


Artur da Távola


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